O prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho, precisa parar, refletir, pôr a mão na consciência, e buscar, o mais rápido possível, uma saída para o caótico sistema de transporte coletivo da capital.
Já sujeito ao pagamento de uma das tarifas mais caras do País, que a cada mês lhe reduz o poder aquisitivo, o usuário de ônibus de Porto Velho tem sobejas razões para protestar.
É inaceitável que pessoas continuem mofando nas paradas, por mais de uma hora, a espera de um ônibus, que, quando aparece, normalmente, vem entupido, mais parecendo uma lata de sardinha.
Andar de ônibus, na capital, especialmente no horário do rush, virou uma aventura arriscada. E não adianta o secretário tentar escamotear a verdade. Insistir, no discurso vazio, é tentar tapar o sol com uma peneira.
Não foi isso, portanto, o que prometeu o então candidato e, hoje, prefeito, Roberto Sobrinho, durante a campanha eleitoral. Pelo contrário, como providência primeira, Sobrinho assegurou acabar com o ônibus tele sena (que só aparece de hora em hora). Pura balela!
Se, realmente, desejasse mudar essa engrenagem viciada, Sobrinho já teria feito uma faxina geral na Secretaria Municipal de Transportes e Trânsito (SEMTRAN), começando pela decapitação do titular da pasta.
Depois, decretaria estado de calamidade pública, com a imediata abertura de concorrência pública para o setor, antes que aconteça o pior.
O prefeito não pode continuar fornecendo o oxigênio para alimentar a fogueira da incompetência istrativa, cujas labaredas já atingiram todas as dependências da SEMTRAN.
O parâmetro de avaliação dos problemas inerentes ao setor de transporte coletivo não pode limitar-se, apenas, a aspectos políticos, mas atingir o campo social, resguardando, principalmente, os direitos e garantias dos usuários, com o cumprimento do horário de tráfego, carros limpos e em número suficiente para atender a demanda.
O usuário não mais está agüentando a brutal falta de respeito das autoridades e dos empresários. É preciso que haja da parte dessas pessoas um mínimo de consciência, para que se reduza o nível de sofrimento imposto à população.
Na campanha, Sobrinho também garantiu que, se eleito, faria um governo para todos. No caso do transporte coletivo, o prefeito tem feito muito mais pelos empresários do que pela população.