*A Polícia Federal já está analisando a proposta da organização Nature Rights (Direitos da Natureza), da França, que prevê o loteamento de áreas intactas na Amazônia ao custo de um euro por ano por pessoa que se disp a contribuir. As informações são da Agência Amazônia.
*A idéia de lotear áreas ainda intactas na região partiu da grafista franco-portuguesa Samantha Novella, que criou a Nature para arrecadar fundos com essa finalidade. Ela virá ao Brasil em agosto próximo para escolher a área-piloto e estabelecer seu projeto que visa ‘conter a destruição da Amazônia’. A Nature Rights tem um site nas versões francês, inglês e português, no qual se lê em letras garrafais: ‘L’Amazonie est en vente!‘ (A Amazônia está à venda).
*Segundo o delegado Jorge Barbosa Pontes, chefe da Divisão de Repressão a Crimes Ambientais e Patrimônio Histórico (DMAPH), da Polícia Federal (PF), a oferta de terras na internet pela Nature Rights se constitui estelionato, crime previsto no artigo 171 do Código Penal, e cuja pena varia de um a cinco anos de reclusão, e multa. “Em princípio, trata-se de estelionato praticado por pessoa má informada sobre a legislação brasileira”.
*Amazônia não está à venda
*Na avaliação do delegado, o governo brasileiro deve deixar claro que a Amazônia não está à venda. Além disso, precisa também orientar a sociedade acerca desses golpes praticados contra particulares envolvendo terras ou outros bens do Brasil.
*As reações à proposta de Samantha foram imediatas. O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Neto (AM), apresentou terça-feira requerimento pedindo explicações do Ministério do Meio Ambiente. Na quarta-feira, foi a vez de outro parlamentar do Amazonas se manifestar.
*Em e-mail à Agência Amazônia, o senador Jefferson Peres (PDT-AM) rechaçou a proposta da Nature Rights que pretende lotear áreas intactas na Amazônia ao custo de um euro por ano por pessoa. “Não me agrada a idéia. Nós, brasileiros, devemos cuidar do que é nosso, com a ajuda de estrangeiros, quando nós pedirmos”, disse o senador.